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Risco e Diversificação

Atualizado: 15 de jan.

Não podemos falar em diversificação sem antes comentar um pouco sobre o conceito de risco, o principal motivo de se diversificar o portfólio. O problema em se falar sobre risco é o fato de este ser um conceito um tanto subjetivo no mundo dos investimentos, por isso, vamos comentar um pouco sobre diferentes aspectos desse conceito.


Uma maneira simples de definir risco seria como a possibilidade de sofrer danos ou prejuízo, ou seja, se compro um título público (por exemplo, uma Letra Financeira do Tesouro) e espero obter um retorno de X% no período de seu vencimento, estou praticamente certo em obter estes X% antes do imposto de renda.


Porém, o cenário é muito diferente se compro uma ação e espero obter Y% de retorno em determinado período, pois, a ação pode desvalorizar e/ou não distribuir os dividendos que estou esperando, ou seja, o risco de investimento é maior.


Daqui tiramos um primeiro conceito de risco, a dispersão provável dos retornos futuros, em outras palavras, o desvio padrão dos retornos de determinado ativo financeiro. Um título mobiliário que se afasta pouco de seu retorno médio possui baixo risco, e, um título cujos retornos possíveis se afastam muito de seu retorno médio é arriscado.


Volatilidade

Já para alguns investidores, como por exemplo Howard Marks (fundador da Oaktree Capital) o que os investidores de fato temem não é a volatilidade de um ativo e sim a perda permanente de capital. O problema é que diferentemente do desvio padrão, a possibilidade/probabilidade de perda permanente de capital não é algo fácil de ser mensurado.


Este é um conceito muito importante pois revela que a relação risco e retorno não é linear, ou seja, quanto maior o risco tomado, maior será o retorno obtido. O conceito correto na verdade é, quanto maior o risco tomado, maior a possibilidade de ganhos, e, maior a possibilidade de perdas também. Assim como indicado no gráfico abaixo:


Risco e Retorno

A Importância da Diversificação


Aqui vamos introduzir duas teorias que abordam o conceito de risco, a Teoria Moderna do Portfólio desenvolvida na década de 1950 por Harry Markowitz e o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros, desenvolvida na década 1990 por William Sharpe, John Lintner e Fischer Black.


O que Markowitz propôs em sua Teoria Moderna do Portfólio é que portfólios de ações de maior risco (mais voláteis) poderiam ser formados de modo que o portfólio como um todo pudesse ser menos arriscado do que suas ações individuais. Ou seja, através da diversificação do portfólio com ações de baixa correlação podemos melhorar nossa relação de risco e retorno:


Fronteira Eficiênte

A seguir, em 1990 William Sharpe, John Lintner e Fischer Black, focaram em descobrir qual parte do risco de um título mobiliário pode ser eliminada pela diversificação e qual parte não pode. Resumindo, o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros separa os riscos de um portfólio em dois, o risco sistemático (conhecido como Beta) e o risco assistemático.


O risco sistemático (Beta), também chamado de risco de mercado capta a reação de ações individuais (ou portfólios) às oscilações do mercado em geral, e, não pode ser eliminado por meio da diversificação, pois todas as ações se movem mais ou menos em conjunto (algumas mais e outras menos). Já o risco chamado de assistemático é a variabilidade nos preços das ações que resulta de fatores peculiares a uma empresa individual, e é este que a diversificação ajuda a reduzir.


Diversificação

Eis o motivo da importância de diversificar o portfólio. Com diferentes títulos mobiliários, conseguimos reduzir o risco (diminuir o desvio padrão da carteira ou suavizar perdas permanentes) otimizando a relação de risco e retorno de nossos ativos. É importante notar que uma diversificação em excesso pode acabar anulando os ganhos de portfólio também, por isso, é importante ajustar o portfólio de acordo com a tenacidade a perdas e aversão a risco de cada estratégia.


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Fontes (imagem dos gráficos):





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