O Impacto da Taxa de Administração no Resultado do Fundo
- Alexandre Sallum
- 24 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de jan.
Você costuma levar em consideração a taxa de administração de um fundo na hora de escolher com quem vai investir seu dinheiro?
Vou te mostrar abaixo porque esse é um fator primordial a ser analisando.
A taxa mais comum que costumamos encontrar nos produtos de prateleira é de 2% a.a. + 20% de performance. Na prática isso significa que todo ano o fundo vai cobrar uma taxa de seus cotistas equivalente 2% do patrimônio total dele + 20% do rendimento que exceder o benchmark estabelecido. Digamos que o benchmark seja o CDI, a 10% a.a. e o fundo rendeu 18%, então a taxa de performance será de (18%-10%)*20% = 1,6% cobrados a mérito de performance, somados aos 2% de taxa fixa, isso resulta em uma taxa global de 3,6% do patrimônio do investidor, que é 20% da rentabilidade anual que foi obtida.
Muitas vezes esse valor passa despercebido, afinal, a diferença entre 1% a.a. de taxa e 2% a.a. de taxa é somente 1%, certo? Errado. A diferença é de 100% - uma taxa de 2% é o dobro de uma taxa de 1%!
Mais do que isso, existem casos onde a taxa é ainda maior do que isso por conta da estrutura de investimento que o fundo adota, por exemplo, se ao invés de investir diretamente em ativos ele investe em outros fundos que cobram suas próprias taxas, a taxa total que está sendo paga pode ser ainda maior do que isso!
E você já parou para analisar qual seria o impacto disso no longo prazo? Vamos ver...

Supondo uma rentabilidade bruta de 14% a.a. e um benchmark de 8% a.a., em 10 anos uma taxa de 2+20 gera uma perda de 23,6% do patrimônio final do investidor. Em 30 anos ele perde 55,4% de seu patrimônio e em 50 anos perde 73,9% de seu patrimônio, tudo isso em taxas que pagou e em rendimentos que deixou de ter sobre essas taxas.
Bom, mas como o investidor está contratando uma gestão profissional de seus investimentos, imagina que poderá contar com uma rentabilidade maior que irá mais do que compensar as taxas que ele está pagando, não é? Vejamos...

A depender das rentabilidades, para compensar a taxa de 2+20 o gestor precisa entregar uma rentabilidade anual bruta média de 3,31% a mais todo ano, consistentemente, para apenas equiparar ao cenário sem taxa.
É uma tarefa monumental a ser cumprida, o que pode levar a um desalinhamento de interesses, em busca de investimentos mais arriscados que possam gerar maiores retornos (ou maiores perdas) na tentativa de justificar a taxa sendo cobrada.
Quantos gestores será que conseguem atingir isso de fato? Leia esse nosso artigo onde analisamos o retorno histórico de diversos fundos, e verá que a diferença entre ter uma das piores ou uma das melhores rentabilidades é de somente 2% a.a..
Aqui na Terra Asset somos apaixonados por pesquisa dedicando a maior parte do nosso tempo e esforço em analisar o mercado para realizar a alocação direta em ativos, e é justamente pelo o que foi exposto nesse artigo que buscamos criar a estrutura empresarial mais enxuta possível, o que viabiliza cobrarmos as menores taxas que conseguimos. Essa combinação de fatores gera o que acreditamos ser uma vantagem competitiva importante com impacto direto e mensurável no resultado final.
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