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Preço ou Crescimento?

Atualizado: 15 de jan.

Preço e crescimento são dois fatores comumente analisados ao se selecionar uma empresa para investir. 


Ao analisar o preço, em geral o objetivo é determinar o preço justo da empresa com base em seu patrimônio, dívidas e resultados, e comparar com o valor atual das ações para determinar se estão baratas ou caras. 


Por outro lado, ao analisar o potencial de crescimento, em geral espera se identificar as tendências históricas da empresa e estratégias futuras para projetar  um crescimento esperado dos resultados como receita, lucro e distribuição de dividendos. 


Então deparamos com uma pergunta: o que deveria pesar mais na seleção de um papel – ele estar barato, ou ele ter maior potencial de crescer?


Vamos analisar esse tema em mais detalhe. 


O preço da ação pode variar no curto prazo de acordo com o sentimento de mercado e pode não refletir de forma precisa o quanto a empresa vale de verdade.  No gráfico 1 abaixo vamos presumir que a linha azul é o valor justo da empresa, que cresce ao longo do tempo, e a linha preta é o valor atual de mercado, que oscila. 


É fácil perceber que pagar um valor acima ou abaixo do valor justo pode gerar um resultado significante na rentabilidade, representada pelas linhas laranjas e verde, respectivamente.


Gráfico 1: No curto prazo pagar caro ou barato em uma ação possui um efeito importante em sua rentabilidade


Preço e crescimento

No entanto, quanto mais tempo passa, menor se torna o impacto de ter comprado uma ação acima ou abaixo de seu valor justo, conforme pode ser visto no gráfico 2, abaixo. 


Gráfico 2: O efeito de pagar caro ou barato em uma ação é reduzido no longo prazo, tendendo a zero.


Preço e crescimento

Se compararmos o resultado do investimento em duas ações ao longo do tempo - uma que cresce mais e outra que cresce menos - podemos perceber que no curto prazo, pagar barato ou caro na ação pode gerar uma diferença mais importante, enquanto que no longo prazo o que importa mais é o crescimento da empresa.


Gráfico 3: Existe um ponto de break-even a partir do qual é melhor investir na empresa que cresce mais do que na empresa que está mais barata.


Preço e crescimento

Podemos concluir então que existe um ponto de break-even a partir do qual investir numa empresa que cresce mais se torna mais atrativo do que investir em uma empresa que esteja mais barata.


Rodamos algumas simulações para entender qual que seria esse tempo de break even, sendo que isso depende de dois fatores: 1) o desconto da primeira ação, ou seja, a diferença entre o preço justo e preço atual da ação; e 2) a diferença da taxa de crescimento da segunda ação em relação à primeira. 


Colocando ambas as variáveis em uma tabela de sensibilidade, podemos ver que o break-even pode variar de poucos para muitos anos.


Gráfico 4: O tempo para break-even varia de acordo com o desconto no valor justo e a diferença de crescimento esperado.


Brea

Por exemplo: comprar uma empresa que cresce anualmente 10% a mais do que outra que possui seu papel descontado em 20% se torna interessante a partir do 3º ano de investimento, considerando que ambas se consolidarão em torno de seu valor justo no longo prazo. Já se o desconto de preço fosse de 50%, o prazo de break-even aumenta para 8 anos. 


Obviamente o ideal é encontrar empresas que crescem mais e que estejam baratas, mas isso nem sempre é possível, pois muitas vezes as empresas em que o mercado possui  maior confiança em seu crescimento futuro, estão sendo negociadas com um premium de valor, como é o caso das empresas americanas de tecnologia, como Google, Microsoft e Apple.


Diante disso, percebemos que a decisão não é trivial, mas que deve levar em conta também a expectativa de tempo de carrego do papel, além da confiança que o investidor possui de que a empresa que cresce mais continuará a fazer isso ao longo dos anos e de que a empresa avaliada em estar mais barata, de fato esteja.


Essa conclusão leva a duas possíveis estratégias de investimento bastante comuns: a) comprar ações de empresas superiores e segura-los por muito tempo, e b) comprar ações de empresas que estejam baratas, vender quando o preço houver corrigido o suficiente e procurar outras oportunidades para investir.


Qual estratégia faz mais sentido para você? Deixe um comentário dizendo o que pensa! 


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